Medo, medo, medo.

Da fome, da gripe, da pandemia. 

Medo, medo, medo.

Da incerteza POLÍTICA.

Da certeza do frio.

Da arma, antes proibida.

Agora, pela Lei liberada.

Medo, medo, medo.

Do preço de tudo.

Da injustiça, da próxima eleição. 

Do voto impresso, do retrocesso. 

Da direção que segue a nação. 

Medo, medo, medo.

De sentir medo, de não ter perdão. 

De estar perdido.

De me sentir sem chão.

Por: Manoel Carvalho.

As belas flores brotarem no Jardim

O fluir da Cachoeira encontra as águas plácidas dos rios 

As nuvens cessarem e o sol manifesta todo seu esplendor

Quando 

O simples voar de uma borboleta te encantar

Uma pequena felicidade bater no seu peito

Um sorriso de outra pessoa te fazer FELIZ

Quando

Se sentir bem

Fazer outra pessoa bem

Quando

Amanhecer e observar o nascer do sol

Entardecer e observar o por do sol

Anoitecer e observar as estrelas, a lua

Quando

O tempo passar

A saudade aumentar

A angústia chegar

Quando?

Por: Wesley Martins.

O tempo me tomou muitas coisas...

O corpo pequeno de menino

O rosto alegre, sempre sorrindo

e uma grande dose de ingenuidade.

Encurtou roupas que eu gostava

Apertou os patins que eu adorava

Tornou pequena, minha bicicleta, antes tão grande.

Desapareceu com os meus velhos professores

Com os médicos de família

Com meus primeiros amores.

Tentou matar Minha ‘alma de poeta

Mas acabou, não sei como, sendo vencido.

O tempo é indomável, implacável, mas também generoso

Emprestou-me, por algum tempo,

um corpo maior, mais vigoroso.

Acabou com cataporas, coqueluches

e aquele medo horrível de ficar no escuro.

Curou as feridas das quedas dos patins.

Transformou a ingenuidade em prudência.

Diminuiu minha ansiedade

Deu-me um pouco de paciência.

É certo que nunca mais tive um cão igual

Nem tenho hoje um país tão sério.

Mas o tempo é assim mesmo...

Tem seus mistérios.

Por: Jurandi Alves Siqueira.

INOÃ, Pedra amada,

No encantamento,

Te tornas mulher.

Do teu cocar de pincéis,

Reluzentes em teus seios,

Brotam todas as cores.

Do teu ventre,

Renasço a cada novo amanhecer.

Do teu colo musical, danço e canto.

Do livro de tuas histórias,

Reencontro Dandaras, 

Margaridas Alves, 

Três princesas africanas na sagrada Bahia,

Ciatas sensatas,

Geledés,

Amazonas,

Herdeiras de Lilith,...

São tantas, 

Que só de lembrar,

Sou o choro em emoção,

O sorriso,

A transparência delas e de tantas.

Consciências, 

Lideranças: 

FEMININO VIBRACIONAL QUE PERMEIA O UNIVERSO DE SABEDORIA.

AO OTÁ EM CÉU ABERTO,

ESTE BRINCANTE DE POESIA,

REVERENCIA A BELEZA DE TODA MULHER 

QUE TRANSCENDE AO QUE SE VÊ.

FORÇA E LUZ QUE MOVE O COSMO.

Por: Valdo Lima.

Tem feijão

Tem samba no pé

Mocotó

Herança dos escravos

Ainda somos a carne menos nobre

Ainda somos despejados da Casa Grande

Herança dos escravos

Do Recife para todo o Brasil

Qual é a carne que você quer no prato

Qual é o valor das tuas escolhas

Qual é o valor e a cor da tua pátria mãe

Onde é que você aprendeu a fazer feijão?

Na senzala, nas escolas ou na rua?

São mesmo suas escolhas?

Ou você se vende, se dá por vencido

E se torna escravo de uma massa

Aquela nobreza europeia ainda é

Nossa Casa Grande

Aqui em casa tem feijão

Por: Cristina Scofano Sodré.

vejo o mundo em você

suas alegrias

suas dores

seus traumas

seus conflitos

seu amor

vejo também os sentimentos que você não sabe

como lidar

e é isso que faz de você uma parte tão especial

do universo

sim, você é um lindo universo

abrace este milagre

viva a vida plenamente

esqueça seu passado

depois, é claro, de ter mergulhado nele para tirar desse mergulho as lições para seguir mais firme e forte

eu não sei exatamente por tudo que você passou

mas não preciso necessariamente saber pra te amar

todos temos nossas dores e amores

e eu agradeço a tudo que nós passamos para estarmos juntas aqui e agora

Por: Ionara Freitas.

Alguém já lhe falou do glifosato,

Veneno que na Europa é combatido?

Causa câncer e abortos, isso é fato,

Mas no Brasil prossegue permitido.

Sem saber, ele está já no seu prato.

Nós somos recordistas ano a ano

Em causar à Mãe Terra enorme dano.

O que mata lagarta mata abelha;

Quem isso não vê mal nos aconselha

Nos dez pés de martelo alagoano.

Sobre isso nunca falam moralistas

Que se elegem dizendo-se de Deus

E se abraçam com lobos ruralistas

Mostrando que são veros fariseus.

Preferem insultar as feministas

Que evitar pra saúde geral dano,

Impostos elevando ano a ano

Como sobre os cigarros já é feito.

Os venenos taxar é o melhor jeito

Nos dez pés de martelo alagoano.

Por: Edson Amaro de Souza.

Data: 15/01/2021.

WhatsApp: (21) 98806-6970.

Tuas palavras 

não me cabem

também não me definem.

O que sou

não cabe no teu roteiro.

Traço rotas de existência, 

as margens do meu existir

para continuar respirando…

Me interessa atravessar 

transpor a palavra, 

o previsível, 

a obviedade do seu olhar 

e as vezes até mesmo do meu

para continuar respirando…

O que sou está além.

não vou servir o teu óbvio,

a tua teoria 

identidade 

medo

desamparo.

Amparo a mim, 

e das minhas próprias vísceras renasço, me refaço 

para continuar respirando…

Por: Douglas Cortinovis.

WhatsApp: (21) 99855-0387